2.

 fizemos um pacto, a casa e eu. e não sei quem tá por dentro, quem tá por fora. engolimo-nos, regurgitamo-nos tantas vezes. há mofo e rachaduras por todos os lados. quando amanhece, fazemos qualquer tipo de reverência ao sol, abrimos peito e janelas pro ar circular, rangemos os dentes à sinfonia do vento, não nos sentimos sós.

cada canto que anda por mim, arrombando portas, arrastando móveis, a cada sopro de estar, eu faço um pouco de vida. gatos fazendo bagunça, mato crescendo no quintal. minha casa, como um quarto crescido da infância, se decora dos sonhos da noite por vir.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

1.