5.

 assim posso pensar melhor. assim, sem um fantasma no meu cangote, ressurgindo enquanto espero pra falar em nome próprio, sumindo logo depois, quando desvio o olhar em direção ao vulto. 

quantos fantasmas encarnados eu devo produzir agora? antes, pelo menos eu tinha tempo de reconhecer os corpos no IML, via um rosto desvanecer até descolar imagem e som. agora, ainda no jogo de palavras amarradas, convocam a sua dor, o seu tesão, a minha loucura. 

há sempre um jeito diferente pra dizer a mesma coisa. sempre um "você evoca minha sombra, sua bruxa maldita". e eu digo, ok. e faço o que tô fazendo agora. escrevo. tomo muito café. durmo também. mas, no dia que emano a vida que deixei pra trás, lá vem você, fantasma, a sondar meu corpo são. 

eu brinco, então. brinco de dona flor e seus fantasmas. mas pra falar a sério, o que eu desejo mesmo, querido, tem alma encarnada.

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